Uma das
figuras mais emblemáticas do imaginário cristão, o anticristo é visto como um
personagem que aparecerá no final dos tempos representando Satã na derradeira
luta enntre o bem e o mal. Inicialmente se passará por um seguidor de Jesus,
seduzindo milhões de cristãos, mas por fim será desmascarado e derrotado pelos
exércitos celestiais. Segundo estudiosos, porém, essa descrição não encontra
embasamento bíblico.
"Essa
imagem do anticristo está muito presente na mentalidade popular, mas aparece
pouco nas Escrituras", diz o exegeta Irineu Rabuske, da PUC do Rio Grande
do Sul. De fato, as referências bíblicas ao marechal de Lúcifer são escassas e
pouco informam a seu respeito. Além disso, ele não seria um guerreiro, mas sim
um charlatão, como explicita a segunda epístola de João: "De fato, muitos
enganadores têm saído pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio
em corpo. Tal é o enganador e o anticristo" (2 João, 7).
Mas qual
seria, afinal, a origem da visão do anticristo como o último e mais terrível
combatente do Filho de Deus? A resposta estaria nos textos apócrifos e na
literatura apocalíptica, como esta passagem do Antigo Testamento: "A
cidade e o Lugar Santo serão destruídos pelo povo do governante que virá"
(Daniel 9, 26).
"Desde
a Idade Média, o anticristo é associado às bestas do Apocalipse", afirma o
padre Johan Konings, do Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus, em
Belo Horizonte. "E foi essa a versão que prevaleceu no imaginário
popular."
Mas para
alguns estudiosos essa personificação do anticristo não é correta - na
realidade, ele seria um símbolo de tudo o que tenta obscurecer a manifestação
divina. "O anticristo não é uma pessoa, mas sim qualquer conjunto de
forças que impeçam que se instaure o reino de Deus na Terra.
Ou seja, ele
está na sociedade, mas também dentro de nós", diz o cientista da Religião
Carlos Frederico Barboza, da PUC de Minas Gerais. Nesse sentido, cada religião
teria, a seu modo, um anticrissto. No Budismo, por exemplo, seriam as forças
que impedem a iluminação do fiel.
Seja como
for, ao longo da História o emissário satânico tem sido associado a diversas
figuras, muitas vezes segundo interesses políticos da época. Para os católicos,
por exemplo, o reformador Marrtinho Lutero já foi considerado um anticristo.
Muitos protestantes, por sua vez, vêem no próprio papa a encarnação do
opositor-mor de Jesus. Veja ao lado alguns personagens que já foram
considerados a materialização do mal na Terra.
As
faces do mal - Confira algumas das figuras já associadas à encarnação do
anticristo
Nero
(37-68)
Grande
perseguidor dos cristãos no século 1, a quem tentava impedir que seguissem e
divulgassem as mensagens do Salvador, o extravagante imperador romano foi
considerado a primeira personificação do emissário de Lúcifer na Terra.
Adolf
Hitler (1889 -1945)
Com um
currículo que inclui o massacre de milhões de judeus, a pregação nazista da
superioridade da raça ariana e o papel de protagonista de uma guerra mundial, o
ditador alemão também foi tido como uma encarnação do anticristo.
Mabus
Segundo as
profecias de Nostradamus, tal seria o nome do último anticristo, que no final
dos tempos dará início a um novo conflito mundial. "Mabus logo morrerá e
então haverá uma terrivel destruição de pessoas e animais", escreveu o
astrólogo.
Marina
Motomura - Revista das Religiões
FONTE:
http://www.comunidadeespirita.com.br/
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