Uma
das coisas que mais nos entristece, é encontrar um homem da Ciência que seja ao
mesmo tempo sem fé. Isto, pela simples razão de que o pesquisador é aquele que
mais de perto pode “tocar” a face de Deus, oculta, mas presente, nas maravilhas
da natureza.
Há
vinte e cinco anos trabalho entre pesquisadores e, lamentavelmente, constato
que muitos não se abriram para a transcendência do mistério de Deus, que
sustenta toda a natureza.
Tenho
para comigo que o cientista deveria ser o “primeiro”a dobrar os joelhos e
curvar a cabeça para adorar e servir “Aquele que É”(Ex. 3,14) e que criou todos
os seres, do nada.
Por
outro lado, fico emocionado quando, por exemplo, vejo Max Planck (1858-1947),
prêmio Nobel de Física em 1918, pela descoberta do “quantum” de energia,
afirmar: “O impulso de nosso conhecimento exige relacionar a ordem do universo
com Deus”.
Ou
quando Andrews Millikan (1868-1953), prêmio Nobel de Física, em 1923, pela
descoberta da carga elétrica elementar, também dizer que:”A negação de Deus
carece de toda base científica”. Da mesma forma Antoine Henri Becquerel
(1852-1908), Nobel de Física em 1903, descobridor da radioatividade, afirmou:
“Foram minhas pesquisas que me levaram a Deus”.
Albert
Einstein (1879-1955), Nobel de Física em 1921, pela descoberta do efeito
foto-elétrico, disse: “Quanto mais acredito na ciência, mais acredito em Deus”.
“O universo é inexplicável sem Deus”.
Erwin
Schorõdinger (1887-1961), prêmio Nobel de Física em 1933, pelo descobrimento
de novas fórmulas da energia atômica, afirmou: “A obra mais eficaz, segundo a
Mecânica Quântica, é a obra de Deus” O próprio Voltaire, racionalista e inimigo
sagaz da fé católica, foi obrigado a dizer:”O mundo me perturba e não posso
imaginar que este relógio funcione e não tenha tido relojoeiro”. Eddington
afirmava convicto que “nenhum inventor do ateísmo foi pesquisador da natureza”.
Muitos
cientistas, infelizmente, “obrigam-se” a atribuir ao “acaso” toda a criação de
Deus, como que para não pronunciar o seu nome. A antiga revista soviética Questões
funda mentais de Ateísmo Científico, do Instituto para o Materialismo, que
circulava nos tempos do comunismo na União Soviética, chegou a escrever, no
passado, que: “os seres vivos formaram-se por si mesmos, desenvolvendo-se por
um processo natural de necessidade interna, sem recorrer, para tanto, à
intervenção sobrenatural de um algum “deus-criador”, como quer a religião” (É
bom lembrar que isto foi antes da queda do comunismo).
Os
cientistas que se dizem materialistas, querem substituir Deus pelo acaso, como
se este fosse inteligente e capaz de programar e executar algo. Vale a pena
lembrar aqui a palavra do Dr. Adolf Butenandt, prêmio Nobel em Bioquímica: “Com
os átomos de um bilhão de estrelas, o acaso cego não conseguiria produzir
sequer uma proteína útil para o ser vivo”.
O
acaso é cego e não pode criar nada. Tudo que existe fora do nada é “obra” de
uma inteligência. O Dr. Edward Cooling, biólogo americano, afirmava aos adeptos
do acaso que:
“A
probabilidade de ter-se a vida originado por acaso é comparável à probabilidade
de um dicionário completo resultar da explosão de uma tipografia”. Na verdade,
como disse o Dr. Edward Mitchell, astronauta da Apoio 14, um dos primeiros
homens a pisar na Lua: “O Universo é a verdadeira revelação da divindade, uma
prova da ordem universal da existência de uma Inteligência acima de tudo o que
podemos compreender”. São Paulo, escrevendo aos romanos, lhes dizia: “Desde a
criação do mundo, as perfeições invisívols de Deus, o seu poder eterno e a sua
divindade tornaram-se visíveis à inteligência por meio das coisas criadas…
Muitos, contudo, conhecendo a Deus não o glorifimirrim como Deus, nem lhe
renderam graças” (Rom 1,18). É o orgulho do coração humano que cega!
Como
disse Jesus: “Quem tem olhos vejal Não há oposição entre a ciência e a fé, uma
vez que ambas são obras do mesmo Deus. A ciência é o nutriente da inteligência,
enquanto a fé é o alimento da alma. A ciência leva o homem ao conhecimento
profundo das leis do mundo natural, a fé o transporta à transcendência do
sobrenatural. A ciência se desenvolve na investigação sistemática do mundo
visível, a fé cresce na confiança e no abandono… A ciência exige provas, a fé
requer aceitação. A ciência exige pesquisa, a fé exige contemplação. Onde
termina’ o limite estreito de alcance da ciência, aí começa o horizonte
infinito da fé. O cientista acredita porque “entendeu”, o crente acredita
porque “confia” em quem faz a revelação. Ambas se completam e se auxiliam
mutuamente.
A
fé precisa da luz da ciência para não ser cega e não se tornar fanática e
doentia; a ciência precisa da fé para não colocar as suas descobertas a serviço
do mal. Não pode haver conflito entre ambas; se este existe, é por nossa culpa,
e não por elas em si. A Constituição Pastoral Gaudium et Spes, do Concílio
Vaticano II afirma:
“Se
a pesquisa metódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente
científica e segundo as.leis morais, na realidade nunca será oposta à fé:
tanto as realidades profanas quanto as da fé originam-se do mesmo Deus. Mais
ainda: Aquele que tenta perscrutar com humildade e perseverança os segredos das
coisas, ainda que disto não tome consciência, é como que conduzido pela mão de
Deus, que sustenta todas as coisas, fazendo que elas sejam o que são” (GS, 36).
Podemos
afirmar que Deus se manifesta na linguagem das suas criaturas, e o cientista é
o que mais conhece esta linguagem… A fé faz uso da ciência para elucidar-se
melhor. O Vaticano possui a Pontifícia Academia de Ciências. É nos
conhecimentos da História, das Artes, da Física, Química, Paleontologia,
Hermenêutica, Arqueologia, etc., que a igreja busca as luzes da razão para ver
melhor o “mistério da fé”.
A
Escola Bíblica de Jerusalém, por exemplo, mergulha fundo nas ciências para
poder compreender com exatidão ti exegese dos textos bíblicos, e assim por
diante…
È
a luz das ciências que a Igreja caminha para compreender melhor a “revelação”
do sobrenatural, sem dispensar, é claro, a graça de Deus. É exatamente a
seriedade com que a Igreja Católica encara a ciência natural, que lhe conferiu
a sua grande autoridade. Batalhões de religiosos foram, e ainda são, grandes
estudiosos, não apenas da teologia. Basta lembrar que foi a Igreja Católica
quem fundou as primeiras Universidades do mundo.
É
porque a Igreja sempre preservou a Ciência, e viu nela um grande dom de Deus
para o homem, que toda a civilização ocidental foi preservada quando da
destruição do império romano. Não fora a enorme cultura assimilada pelos homens
da fé, todo o patrimônio cultural do ocidente teria sucumbido sob os pés dos
bárbaros. Ao invés disso o que vimos foi uma lenta absorção do cristianismo por
parte deles. E isto se deu porque, além da fé e da graça de Deus, a Igreja se
estabeleceu pela grandeza cultural dos seus filhos.
São
Domingos de Gusmão, para enfrentar as tristes heresias da sua época
(albigenses, valdenses, cátaros), exigiu dos seus frades mendicantes uma
profunda dedicação aos estudos. O mesmo fez Santo Inácio de Loyola com os
Jesuítas, Dom Bosco com os Salesianos, etc.
Por
outro lado, a ciência não pode caminhar sem a fé. É esta que lhe confere os
critérios éticos e morais para a sua conduta e para a aplicação dos seus
conhecimentos. A ciência é bela; mas, se for mal usada, é devastadora. As armas
que o digam! O que mais tememos hoje, é exatamente aquilo que construímos com
as nossas mãos e com a nossa inteligência.
E
por quê este medo? Porque a fé e a moral não se desenvolveu na mesma proporção
da ciência.
Na
encíclica Redemptor Hominis, o Papa João Paulo II mostra as causas dos nossos
graves males:
“O
homem de hoje não está respeitando a primazia da pessoa sobre a coisa, da
ética sobre a técnica, do espiritual sobre o material”.
É
preciso não desprezar nem a ciência e nem a fé; antes, saber enriquecer-se com
ambas. Diz o livro da Sabedoria: “São insensatos por natureza os que desconheceram
a Deus e, através dos bens visíveis, não souberam reconhecer Aquele que é, nem
reconhecer o Artista, considerando as suas obras (Sab. 13,1)”
MARCELO DE SOUZA.
FONTE:
COMUNIDADE MÃE DO REDENTOR;
http://www.maedoredentor.com.br/artigos-de-fe/a-ciencia-e-fe
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