


O menor primata do mundo, o sagui-leãozinho, é nativo da Amazônia
Para uma região em que tudo é marcado por um certo gigantismo, a existência desse pequenino animal surpreende. Ele não tem mais que 15 centímetros (excluindo os outros 15 centímetros de cauda) e pesa cerca de 130 gramas. Sua alimentação é formada por frutas, folhas e insetos. Os indígenas da divisa do Brasil com a Colômbia convivem com eles como animais de estimação, mantendo-os junto da cabeça onde passam o dia procurando por piolhos.
A harpia amazônica é a maior ave de rapina do mundo, com quase um metro de altura
Ela também é conhecida como gavião-real e chega a medir 97 centímetros de altura - 11 a mais que a água-careca americana. De uma ponta da asa até a outra, a Harpia harpyja pode ter até 2,5 metros e, para sustentar seus 10 quilos, alimenta-se de pequenos roedores e até de macacos. Por causa da destruição de seu habitat (florestas úmidas), a harpia encontra-se praticamente restrita à Amazônia, uma vez que necessita de grandes áreas de mata preservada para viver.
Dá para imaginar ? Em alguns locais da Amazônia se encontram 400 diferentes espécies de aves em apenas um quilômetro quadrado, mais do que a quantidade existente em toda a América do Norte. Ao todo, já foram catalogadas na região 1.294 espécies, sendo 260 existentes apenas na parte da floresta. A contar pelas regiões amazônicas mais baixas, também de países vizinhos, como a Colômbia e o Peru, essa exuberância se torna ainda maior.
A existência de vastas matas inundáveis, principalmente nas várzeas perto dos rios, é uma das explicações para esse número grande de aves. Boa parte dessas aves amazônicas habitam zonas que combinam floresta e água. Dos tucanos às belas e coloridas araras-canindé, essa variedade inclui espécies raras e ameaçadas. Graças a elas, a observação de pássaros é uma atividade que atrai para a região curiosos e especialistas de todo o mundo.
O calor e a alta umidade oferecem ótimas condições ambientais para os anfíbios da Amazônia. Isso porque, nesses animais, a temperatura do corpo varia conforme a do ambiente. Através da pele úmida e pegajosa, eles absorvem a água de que necessitam. Seus ovos, desprovidos de casca, precisam de umidade constante.
Os sapos são os anfíbios mais numerosos da Amazônia, mas há também um grande número de rãs, pererecas e salamandras. No total, a região abriga 250 espécies catalogadas de anfíbios, ante 81 em toda a Europa. Entre os anfíbios, destacam-se os sapos venenosos da família Dendrobatidae, dos quais os índios colombianos retiram um líquido empregado nos dardos que utilizam na caça. Já a perereca Phyllomedusa bicolor é usada pelos índios do vale do Juruá, no Acre, como fonte de uma substância tóxica usada como estimulante para aguçar os sentidos na caça.
Insetos não faltam na Amazônia. Há 60 mil espécies conhecidas, mas a estimativa é de outras 180 mil ainda serem descobertas. Os insetos representam a maior parte da biomassa da fauna amazônica. Acredita-se que um terço deles seja composto de formigas e cupins: uma área igual a um campo de futebol na floresta amazônica pode abrigar oito milhões de formigas e um milhão de cupins.
Os pesquisadores atribuem a diversidade e abundância de insetos à grande quantidade de plantas existente na região. Eles são ecologicamente importantes, porque participam do ciclo de nutrientes da natureza, são fonte de proteínas para os animais e atuam como polinizadores das plantas. Na região amazônica, a fauna de insetos é principalmente ligada à vegetação flutuante: em busca de alimentos, muitas espécies se movimentam nos troncos das árvores, acompanhando a subida e descida das águas.
Ao abrigar a maior bacia fluvial do planeta, a Amazônia reúne também uma grande diversidade de peixes. Estima-se que existam perto de 3 mil espécies nos rios e lagos da região. Cerca de 1.300 espécies já são conhecidas pelos cientistas, mas há muitas ainda a serem descobertas. Apenas no rio Negro, foram descritas 450. Em toda a Europa, esse número não passa de 200 espécies.
Em muitos rios amazônicos, a quantidade de minerais na água é tão pequena que os peixes dependem quase exclusivamente dos alimentos produzidos na floresta dos arredores. Espécies que comem frutos, como o tambaqui, movem-se pelos principais cursos de água entre os galhos de árvores submersos.
Fonte: Editora Horizonte
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