domingo, 22 de janeiro de 2012

A LIÇÃO DA PRIMAVERA.



Certo dia, Augusto viu pela janela do quarto que a árvore defronte de sua casa estava ficando com um aspecto cansado e triste ...
Notou que o vento gelado de inverno a maltratava sem dó nem piedade, e que ela se agitava toda com os açoites do vento.
Era inverno e fazia muito frio.
O sofrimento da irmã árvore parecia tão grande que ela já se apresentava pálida e seca.
Naquela tarde, entretanto, a árvore completamente amarelecida começou a deixar cair as folhas, que lá se iam embora, arrancadas pelo sopro do vento insistente.
Augusto ficou preocupado, pois notou que, com o passar dos dias, a pobre árvore desolada se viu tal qual um esqueleto, sem folhas, sem flores e sem frutos.
Começou, então, a temer que ela tivesse morrido.
No entanto, algum tempo depois, a primavera entrante veio lhe trazer um bela lição.
Aquecida pelo bafo úmido da terra e pelo carinho morno do sol, alimentada pelas primeiras chuvas, brotos novos apareceram nos galhos vazios e, como por milagre, a árvore estava em poucos dias toda verde e mais linda do que antes!
As folhas renasceram, brilhantes, mais vivas e formosas!
Flores apareceram, em pouco tempo enfeitando-a, como se fossem um sorriso maravilhoso e cheio de perfume daquela árvore agradecida a Deus pelas bênçãos da Primavera.

Pessoas reuniam-se novamente sob a sua copa, na sombra agradável, gabando-lhe a beleza ...
Os dias terríveis de inverno pareciam definitivamente esquecidos, e Augusto pensou:
"Se ela não tivesse perdido aquele vestido empoeirado e velho de folhas antigas não poderia ter se renovado desta maneira, nem estaria tão bonita e rica! Como é perfeita a Natureza ! "
- Sim, meu filho - disse o pai de Augusto, notando o ar admirado do menino enquanto contemplava a árvore na calçada -, a Natureza é sempre um reflexo da sabedoria de Deus ao alcance de nossa observação e encerra preciosas lições a quem sabe ouvi-la com a sensibilidade da inteligência e com o entendimento do coração. O que aconteceu com esta árvore também acontece com os seres humanos enquanto se aninham neste canteiro de vida na Terra.
- Os homens não são como as plantas! retrucou o garoto, sorrindo, com graça.
- Não somos plantas, isso é verdade e ajuntou o papai, tentando explicar; - mas há ocasiões em que também os homens, em suas vidas, tem que enfrentar diferentes climas, tal qual esta árvore que vês. E essas diferentes situações que devem ser enfrentadas até se assemelham às estações do ano ...
E continuou explicando:
- Há o verão das facilidades, o verão da saúde e da juventude, que estimula o homem a viver intensamente, tempo em que se tem tendência a gastar muita energia em atividades e gostos, sem pensar em guardar um pouco, porque não se acredita que o inverno das dificuldades possa chegar, ou pensa -se que ele está muito longe ... Há o outono da experiência, das horas maduras, com a ajuda das quais o ser humano pode apresentar seus melhores frutos e realizações. Há também o tempo de inverno para a alma humana, os tempos difíceis dos problemas e da provação que fazem o homem agitar -se e contorcer -se como esta árvore durante os vendavais.

Então aparece o frio da adversidade e do desencanto, com os golpes rijos da dor que testam sua resistência, despem-no das ilusões, obrigando-o a perder valores, amores e coisas, como esta árvore perdeu suas folhas ... Entretanto, como Deus Pai é bom, depois do rigor desses invernos, também a Primavera dos recomeços nos está estendida, em que o sol das boas horas toma a brilhar no céu da vida, reaquecendo nossos sonhos com flores de esperança e promessas ...
E abraçando Augusto, reforçou-lhe os conceitos de esperança:
- Em verdade, ninguém vem a sofrer, ou a perder vantagens, amores e bens, como esta árvore perdeu suas folhas, que também não receba o convite de Deus a uma primavera interior de recomeços melhores e mais ricos, após as escaramuças do inverno. Cabe a cada um de nós compreender com humildade essa mensagem da Natureza. Se um dia é de tempestade, o outro será certamente de sol. E tudo está colocado em nossa vida pela sabedoria celestial para que cada vez mais a nossa natureza humana se engrandeça, se embeleze e se enriqueça.
E concluiu com bondosa sabedoria:
- Cumpre-nos, pois, ter paciência nos tempos piores, aproveitando todos os climas do caminho humano para aprender e crescer, sendo melhores, testando nossa resistência, purificando-nos e renovando-nos a exemplo de nossas irmãs árvores, sem esquecer, no entanto, que tempos melhores virão!
MEIMEI
FONTE:  http://www.comunidadeespirita.com.br/

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