Certo dia,
Augusto viu pela janela do quarto que a árvore defronte de sua casa estava
ficando com um aspecto cansado e triste ...
Notou que o
vento gelado de inverno a maltratava sem dó nem piedade, e que ela se agitava
toda com os açoites do vento.
Era inverno
e fazia muito frio.
O sofrimento
da irmã árvore parecia tão grande que ela já se apresentava pálida e seca.
Naquela
tarde, entretanto, a árvore completamente amarelecida começou a deixar cair as
folhas, que lá se iam embora, arrancadas pelo sopro do vento insistente.
Augusto
ficou preocupado, pois notou que, com o passar dos dias, a pobre árvore
desolada se viu tal qual um esqueleto, sem folhas, sem flores e sem frutos.
Começou,
então, a temer que ela tivesse morrido.
No entanto,
algum tempo depois, a primavera entrante veio lhe trazer um bela lição.
Aquecida
pelo bafo úmido da terra e pelo carinho morno do sol, alimentada pelas
primeiras chuvas, brotos novos apareceram nos galhos vazios e, como por
milagre, a árvore estava em poucos dias toda verde e mais linda do que antes!
As folhas
renasceram, brilhantes, mais vivas e formosas!
Flores
apareceram, em pouco tempo enfeitando-a, como se fossem um sorriso maravilhoso
e cheio de perfume daquela árvore agradecida a Deus pelas bênçãos da Primavera.
Pessoas
reuniam-se novamente sob a sua copa, na sombra agradável, gabando-lhe a beleza
...
Os dias
terríveis de inverno pareciam definitivamente esquecidos, e Augusto pensou:
"Se ela
não tivesse perdido aquele vestido empoeirado e velho de folhas antigas não
poderia ter se renovado desta maneira, nem estaria tão bonita e rica! Como é
perfeita a Natureza ! "
- Sim, meu
filho - disse o pai de Augusto, notando o ar admirado do menino enquanto
contemplava a árvore na calçada -, a Natureza é sempre
um reflexo da sabedoria de Deus ao alcance de nossa observação e encerra
preciosas lições a quem sabe ouvi-la com a sensibilidade da inteligência e com
o entendimento do coração. O que aconteceu com esta árvore também
acontece com os seres humanos enquanto se aninham neste canteiro de vida na
Terra.
- Os homens
não são como as plantas! retrucou o garoto, sorrindo, com graça.
- Não somos
plantas, isso é verdade e ajuntou o papai, tentando explicar; - mas há ocasiões
em que também os homens, em suas vidas, tem que enfrentar diferentes climas,
tal qual esta árvore que vês. E essas diferentes situações que devem ser
enfrentadas até se assemelham às estações do ano ...
E continuou
explicando:
- Há o verão
das facilidades, o verão da saúde e da juventude, que estimula o homem a viver
intensamente, tempo em que se tem tendência a gastar muita energia em
atividades e gostos, sem pensar em guardar um pouco, porque não se acredita que
o inverno das dificuldades possa chegar, ou pensa -se que ele está muito longe
... Há o outono da experiência, das horas maduras, com a ajuda das quais o ser
humano pode apresentar seus melhores frutos e realizações. Há também o tempo de
inverno para a alma humana, os tempos difíceis dos problemas e da provação que
fazem o homem agitar -se e contorcer -se como esta árvore durante os vendavais.
Então aparece o frio da adversidade e do desencanto, com os golpes rijos da dor que testam sua resistência, despem-no das ilusões, obrigando-o a perder valores, amores e coisas, como esta árvore perdeu suas folhas ... Entretanto, como Deus Pai é bom, depois do rigor desses invernos, também a Primavera dos recomeços nos está estendida, em que o sol das boas horas toma a brilhar no céu da vida, reaquecendo nossos sonhos com flores de esperança e promessas ...
Então aparece o frio da adversidade e do desencanto, com os golpes rijos da dor que testam sua resistência, despem-no das ilusões, obrigando-o a perder valores, amores e coisas, como esta árvore perdeu suas folhas ... Entretanto, como Deus Pai é bom, depois do rigor desses invernos, também a Primavera dos recomeços nos está estendida, em que o sol das boas horas toma a brilhar no céu da vida, reaquecendo nossos sonhos com flores de esperança e promessas ...
E abraçando
Augusto, reforçou-lhe os conceitos de esperança:
- Em
verdade, ninguém vem a sofrer, ou a perder vantagens, amores e bens, como esta
árvore perdeu suas folhas, que também não receba o convite de Deus a uma
primavera interior de recomeços melhores e mais ricos, após as escaramuças do
inverno. Cabe a cada um de nós compreender com humildade essa mensagem da
Natureza. Se um dia é de tempestade, o outro será certamente de sol. E tudo
está colocado em nossa vida pela sabedoria celestial para que cada vez mais a
nossa natureza humana se engrandeça, se embeleze e se enriqueça.
E concluiu
com bondosa sabedoria:
-
Cumpre-nos, pois, ter paciência nos tempos piores, aproveitando todos os climas
do caminho humano para aprender e crescer, sendo melhores, testando nossa
resistência, purificando-nos e renovando-nos a exemplo de nossas irmãs árvores,
sem esquecer, no entanto, que tempos melhores virão!
MEIMEI
FONTE: http://www.comunidadeespirita.com.br/
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